2 de fevereiro de 2010

"realidadeIrealidade"

É engraçado como estamos sempre tentando nos superar, mesmo quando estamos competindo com outros, a superação pessoal está em primeiro plano, transformamos uma lei natural num jogo onde os limites se perdem com o tempo, tudo girando em torno do “eu”, os outros são um meio para alcançar nossos objetivos, e arrebatados pelas sensações que invadem todo competidor, principalmente a ansiedade que muitas vezes transforma foco em obsessão, nos afastamos de nossa essência, sem rumo em meio ao tempestuoso mundo sensório, e limitados por um invólucro carnal temos no instinto a principal arma para resistirmos às “hostilidades” do mundo que nos cerca.
O engraçado do inicio, que a principio pode parecer deslocado, tem sua razão de ser, pois me parece realmente cômica, a nossa... como diz aquela música detestável, “aventura humana na terra “; Todos buscando, por mais equivocados que sejam os meios, viver bem; Mas o que deveria ser um consenso geral, mas obviamente não é e pelos motivos já citados, é que para um individuo viver realmente bem, seu próximo também tem que estar bem, por mais que construamos muros, e fronteiras, estamos unidos por forças que vão além de nossa capacidade, o livre arbítrio de que tanto nos orgulhamos não passa de uma ilusão entre tantas que criamos, durante nossa identificação com este mundo, estamos tão apegados ás sensações, tão acostumados a caminhar, a cair e sangrar, que nos negamos a qualquer outra verdade que não possa ser dita, vista, cheirada, ouvida ou apalpada, é como se estivéssemos sonhando e todos os dias nesse sonho, colocados diante de um precipício, onde a opção é pular (e acordar) ou dar um passo atras (e continuar sonhando), a principio a opção que nos parece mais sensata e a de recuar, e o fazemos dia após dia, até que com o passar dos tempos, a vida de sonho se torna enfadonha, os prazeres de antes já não satisfazem mais, então num dia como em outros em que somos postos diante do precipício, sentimos mais angustia em ter que voltar àquele mundo de sonhos que do vasto, profundo e desconhecido abismo adiante.