8 de janeiro de 2011

2011...

    Nesses primeiros dias deste novo ano, por todos os lados ouço e vejo pessoas fazendo planos, alguns novos outros nem tanto, aí paro pra pensar e percebo que não fiz nenhum, não que eu não queira algo, quero muitas coisas sim, como todos, queria dinheiro, queria alguém com quem gastar esse dinheiro, saúde, paz e todo esse pacote genérico de desejos que quase todo mundo faz no inicio de todo ano, mas decidi não fazer nenhum plano, depois de pensar um pouco, vi o quão inútil e idiota seria fazer um plano de vida, pois já estou vivendo, não preciso de nenhum plano pra isso, pra falar a verdade, ver as outras pessoas perdendo suas vidas planejando-as, e a frustração que tentam disfarçar por detrás daquele ar de “sóbria maturidade”, também contribuiu  um pouco. Então fico angustiado, ao perceber que apesar de toda minha reluta, ainda estou preso nessa rede que nos mesmo criamos com a finalidade de facilitar e trazer ordem à vida social, mas com o passar do tempo adquiriu tamanha proporção que se tornou senhora de seu criador; Família, igreja, trabalho,... E você nem se lembra mais porque está fazendo tudo isso, se seus planos são realmente seus...
    Um aperto no peito, um nó na garganta, e a sensação que algo está faltando, tudo sem nenhum motivo aparente, mas na verdade sempre soube... Liberdade, em seu sentido mais amplo, aquele tipo de liberdade só experimentado, quando trancado em meu quarto, me sento, fecho os olhos e então não tenho mais família, responsabilidades sociais, nem passado nem futuro, apenas o eterno instante entre um e outro.
     Só então posso ser sincero comigo mesmo, posso dizer que, o que quero realmente é perder meu tempo vendo o amanhecer e o pôr do sol, me vestir para um compromisso importante, e sem mais nem menos, mudar de caminho e chegar até o lago, sentar-me embaixo daquele “pé de manga” e passar horas olhando o movimento da água, sentindo inveja do casal de patos flutuando logo adiante despreocupadamente, e continuar sentado, mesmo após começar a chover, sentindo um profundo e inexplicável sentimento de gratidão, “apenas e simplesmente”, por estar ali.