20 de janeiro de 2010

Reencarnação.

Arrastado por estas terras novamente, buscando morte e solo sagrado, eu cavalgo os longos vendavais de minha obscura alma, 
cresço, fortaleço-me ao entrar no meu império do além.
Império.
Aguarde minha vinda!
A lua cheia nasce sobre mim, envolvendo meu reino com seu aspecto prateado,
as sombras escalam sobre meu tempestuoso céu,
guardando tesouros da luz proíbida.
Eu ainda me lembro das eras passadas, a primeira vez que atravessei os portais,
a revelação do ritual que é a morte, pelo qual tornei-me deus.
Sacrifiquei minha carne, minha vida, deixei a luz...
Agora entro novamente, mais forte e maravilhado com o que vejo, em extase eu domíno o mundo.
Me pergunto, o que deixei pra tráz?
-Nada.
Poderei compreender?
Terá  minha "eternidade" um fim?
-Nunca.
Arrastado por estas terras novamente, buscando morte e solo sagrado,
eu cavalgo os longos vendavais de minha obscura alma...
-Eternamente.

19 de janeiro de 2010

SONHO.

Começou a chover, trovões ecôam ao longe.
Escura e fria a noite traz o canto de inumeras vozes que despertam ao crepúsculo, noite após noite, sem nunca se repetir.
A Chuva não pára, (sempre) está lá, como um lamento de muitas eras, lagrimas dos remorsos de deus.
Sinto como se faltasse algo, então imagens me vêm a mente, como num sonho, estou num quarto escuro, um medo inexplicável me toma, tento gritar mas não consigo, nenhum som se ouve além da chuva caindo lá fora... Agônia, incapacidade, medo... tudo de uma só vez, me levanto tateando as paredes, sair, procurar uma saida, mas não há portas, nem janelas, não há saida.
Penso que tudo está acabado, a morte é bem vinda e  uma calma repentina toma conta de mim.
Então uma vela se ascende, trazendo uma pálida e tímida luz, que reflete uma linda sombra ao meu lado.
Percebo finalmente, que nunca estive realmente só, e que nada está faltando...
Sempre terei a chuva caindo lá fora...

VISÃO.

O Sol brilha enquanto o diabo caminha nú entre rosas, em sua jornada em busca do porque de sua existência, mas ele caminha só, e de tristeza e angústia, chora.
   A Noite logo chega e a luz pouco a pouco dá lugar à escuridão.
   As  Flores murcham deixando apenas seus espinhos.
   Espinhos que ferem e sangram o frágil corpo do senhor deste mundo.
   E o vento frio da noite sopra sua pele enquanto outros vêm ao seu encontro, na esperança de que juntos possam se aquecer e amenizar suas dores.
   Logo uma multidão segue junta por um caminho tortuoso e cheio de espinhos, não se falam, não há necessidade se palavras, pois todos compartilham o mais sincero dos sentimentos...
   O Tempo passa e a noite se vai. Um novo dia tem inicio com os primeiros raios de sol trazendo luz e calor, as flores brotam novamente, espalhando seu perfume por todos os lados.
    Então o diabo percebe que está só novamente, e se entristece, pois só o que lhe restou foram as cicatrizes em seu corpo, e a ESPERANÇA que a noite venha novamente a seu encontro.

8 de janeiro de 2010

Esta Noite.

A noite chega. Machuca.
O silêncio é uma cerca de arame farpado isolando a emoção.
Um fosso onde augúrios trancam a garganta.
Eu espero.
Sem encontro.
Sem afeto.
uma dor inexprimível, funda.
Saudade, solidão.
Pena de mim...
Queria não sentir, não ter.
Fechar os olhos, e não Ser...